A cidade de Brodowski nasceu ao redor de estação da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro na linha do rio Grande que ia de Ribeirão Preto a Franca e Rifaina. A estação, inaugurada em 5/9/1894, foi chamada de Engenheiro Brodowski em homenagem ao inspetor geral da ferrovia, na época, e depois o nome foi simplificado. Foi construída com plataforma e armazém em terras da fazenda Belo Monte doadas para a Mogiana pelo fazendeiro Lúcio Enéas de Mello Fagundes. Fazendeiros vizinhos apoiaram a iniciativa, que facilitou o embarque do café cultivado na região para o comércio.
Logo depois, em 1897, os fazendeiros contrataram o engenheiro Manoel Honório de Oliveira Pinho para organizar as primeiras ruas do povoado e os loteamentos na fazenda Belo Monte e na vizinha fazenda da Prata de Américo José Ferreira. A aplicação de urbanismo na reforma e criação de cidades, com ruas e lotes alinhados, calçadas e praças, foi uma modernidade que acompanhou a chegada da riqueza do café, das máquinas a vapor e das ferrovias no estado de São Paulo. Os fazendeiros paulistas, que também tinham o poder político, se preocuparam com normas nas cidades, de construções, higiene, regulamentação de atividades e de costumes.
O povoado cresceu e, em 1902, era distrito de Batatais. Em 22/8/1913, Brodowski tornou-se município. O serviço de telefonia chegou em 1907, com a instalação de uma central telefônica com telefonistas. O telefone automático para ligações locais, sem o auxílio de telefonista, foi inaugurado em 1969. As ligações interurbanas só se tornaram automáticas, com DDD e DDI, a partir de 1982. Para facilitar a informação dos moradores, houve um serviço de alto-falante no coreto da cidade, de 1940 e 1982, que divulgava comunicados da Prefeitura Municipal, de escolas e clubes, além de ter uma programação musical. Os serviços públicos de água e luz começaram por volta de 1912, mas só se estenderam a partir de 1957, incluindo rede de esgoto e pavimentação de ruas.
Brodowski teve, em 1915, 3.400.000 pés de café. Em 1930, eram 5.400.000 pés distribuídos em fazendas e sítios. A partir de 1930, com a queda do preço do café para exportação pela crise econômica mundial e por haver muita oferta, aumentou o plantio de cana-de-açúcar na região até que, na década de 1970, o estado de São Paulo se tornou o maior produtor de açúcar e álcool no Brasil. Havia demanda por açúcar e álcool, pelo aumento da população do país, e os fazendeiros de café tinham capital para investir na agroindústria da cana.
A Rodovia Candido Portinari, de Ribeirão Preto a Rifaina, foi pavimentada entre os anos de 1960 e 1964. Antes disso, a ferrovia ainda era mais importante para o transporte de cargas e passageiros na região. O último trem de passageiros passou em Brodowski em 1976 e o último cargueiro em 1980. Os trilhos foram retirados da cidade e região em 1988.
Quanto aos moradores, em 1920, eram 9.188 pessoas - 7.282 brasileiros e 1.906 estrangeiros. Em 1940, 8.338 pessoas, e, em 2000, 17.139, com estimativa de 23.780 habitantes para 2016.
Brodowski está entre os 70% dos 5.570 municípios brasileiros com até ou pouco mais de 20 mil habitantes. Tem, no entanto, um modo de vida urbano, com acesso a produtos, serviços e mídia, especialmente pela proximidade a Ribeirão Preto, e os mesmos problemas das cidades grandes, de habitação, saneamento, abastecimento, transporte, meio ambiente, saúde, educação, cultura, lazer e segurança.
A diferença entre cidades grandes e pequenas está nas relações sociais mais presentes nos locais menores, muitas vezes marcadas por fatos regulares, como horário de entrada e saída de escola e trabalho, festas e safras. Nas cidades menores, há muitas pessoas conhecidas da infância até a idade adulta e isto favorece a vida associativa, especialmente quando todos estão abertos para novas ideias na comunidade.
O modo de vida na pequena cidade de Brodowski influenciou e foi representado na obra do artista Candido Portinari.
Candido Portinari nasceu em 1903 numa fazenda de café em Brodowski, foi filho de imigrantes italianos e seu pai, já instalado na cidade, teve uma pequena marcenaria para fabricação de cadeiras.
Candido Portinari - Brodowski, 1942
óleo sobre tela; 46 x 55,5 cm
Desenhos e pinturas expressam pensamentos e sentimentos de quem os faz, algo que foi visto, imaginado ou sentido. Quem observa uma obra forma seus próprios pensamentos e sentimentos, que dependem da percepção de cada um e também da memória e conhecimentos.
Numa imagem, linhas horizontais e verticais fazem pensar em calmaria, e linhas curvas, em movimento. Quem desenha ou pinta usa essas técnicas simples e outras que fazem parte da composição de imagens: repetição de elementos, distribuição uniforme ou agrupada, formas geométricas ou orgânicas, claro ou escuro. Além de provocar pensamentos, a composição conduz os olhos de quem observa uma imagem, por exemplo, da esquerda para a direita, até um detalhe.